Hábitos relativos a higiene geram fábulas. Comumente lemos ou ouvimos a referência sobre o hábito francês de substituir banhos pelos perfumes.
Talvez este conceito remonte das cortes francesas no século XVIII. Nobres da época ostentavam penteados extravagantes, altíssimos, muito adornados e empoeirados. Era comum cuidarem da higiene com talcos perfumados e coloridos feitos de amido de trigo seco. Violetas e rosas eram aromas de sucesso.
No reinado de Luiz XVI, a rainha Marie Antoinette foi admirada e imitada pela corte devido a criatividade frívola em relação à vestuário e costumes. Era uma influenciadora de moda. Amante dos perfumes o que impulsionou o ofício de perfumista.
Produtores de fragrâncias floresceram neste período, como A La Corbeille Fleurie no endereço 19, rue du Faubourg Saint-Honoré.
Houbigant de Grasse em 1775 transformou esta loja que vendia perfumes, luvas e ramalhetes de noivas na famosa perfumaria produzindo até hoje.
Perfumes influenciavam a nobreza de tal forma que sentimentos e intenções amorosas eram expressos através dos aromas usados.
Segundo a história na execução pela guilhotina Marie Antoinette levava frasco de perfume Houbigant no corpete.
Entretanto quando ocorreu a Revolução Francesa (1789-1799) esta ascensão dos perfumistas regrediu instalando-se censura em relação a produção.
Robespierre o líder dos jacobinos (extrema esquerda), enquanto ditador, proibiu a perfumaria por ele considerada artificial.
Sem muito sucesso pois a veia criativa não se extinguiu e criaram-se perfumes com alusão à Revolução, como "Elixirs à la Guillotine".
Em reação a este Diretório Francês ou "Período de Terror" surgiram os "Muscadins", jovens opositores de comportamento dândi, conhecidos apreciadores do aroma de almíscar.
Extremamente excêntricas e escandalosas as Merveulleises usavam roupas na modelagem das túnicas gregas, tecidos transparentes, sandálias de tiras, perucas coloridas (proibidas pela comuna francesa), chapéus enfeitados, cachos e... perfumes!
Fragrâncias exóticas da casa Lubin (1979) eram as preferidas. Com o passar do tempo, e culminando no reinado de Napoleão Bonaparte, preferências inclinaram-se pelos aromas de temas florais e frutais.
Eau de Lubin (1798) conquistou a corte napoleônica e a perfumaria prestou serviços para praticamente todas as cabeças coroadas da Europa .
Passou a ser comercializada na América do Norte em 1830. Atingiu ápice na década de 40, deixou de produzir perfumes nos anos 80, e foi reestruturada em 2001.
Houbigant foi outra casa a obter grande prestígio junto a corte de Napoleão, e a única fábrica de perfumes ativa sem interrupções durante 4 séculos.
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