Existe um aroma herbal e verde extremamente picante neste
attar.
A princípio estimulante, quase selvagem, finda docemente entre flores, madeiras, especiarias amendoadas e leitoso almíscar.
Na primeira impressão meu nariz torceu levemente em sinal de desagrado.
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Hummm... zimbro forte e ardido!
Foi o que me pareceu. Entretanto sob esta superfície agressiva desponta riqueza de ingredientes que estimula a curiosidade.
Entremeando o úmido folhoso inicial despontam temperos quentes semelhantes a coentro ou cominho, apimentado de gengibre, cítricos e leve canforado, talvez anis, temperados pelo sumo de limão verde e intenso.
Profusão de folhas com certeza, confirmadas pela coloração intensa do óleo.
Considerando a quantidade mínima de informações disponíveis sobre as notas representativas de
attars a única luz sobre esta intrincada composição é a percepção olfativa... sem confirmações oficiais.
Contudo alguns comentários sobre a presença de
massala condizem com as impressões sobre o leque olfativo.
Garam masala (em hindi
गरम मसाला) é o termo que representa uma mistura de condimentos usados na culinária indiana.
No mínimo duas ervas, especiarias e aromatizantes, possivelmente incluindo pimentas verdes, coentro, hortelã, gengibre, limão,cominho....
Certamente o
hall de entrada de
Jannat Ul Firdous se atém a culinária indiana no aroma levemente frutado que revela alguma variante do tempero
massala.
Introduz no prato principal farto ramalhete adocicado na picante cremosidade da noz moscada.
Quase indecifrável, suave aroma de flores nos leva num passeio por exótico e etéreo jardim, talvez a concepção do paraíso celeste segundo a tradição árabe, pois o início selvagem e mundano cede espaço ao aroma suave e almiscarado da profusão floral.
Gerânios, cravos, rosas, jasmim, lótus. ...é possível que se entrelacem para transmitir a sensação de quietude e temperança que abranda o começo intempestivo.
Flores submergindo nos aromas amadeirados de cedro e sândalo, talvez toques de musgo que conferem característica chypre camuflando a intensidade cálida do
bouquet embebido em noz- moscada.
Óleo tradicional é um dos mais populares
attars entre muçulmanos d
a Ummah. Reza a lenda que o perfumista Sufi sonhou com os jardins do paraíso e imediatamente após criou a fragrância segundo suas lembranças, denominando-a
Jannat-Ul-Firdaus.
Nome que deriva dos termos árabes para designar "Jardins do Céu' ou 'Jardins do Paraíso".
Em curdo (idioma indo-europeu do Curdistão)
Jannah é vocábulo simplificado para jardim. No Islamismo comumente associado á idéia cristã de "Céu" ou "Paraíso', enquanto
Firdaws (ou Éden) indica o nível mais alto habitado pelos profetas, mártires e piedosos, totalmente felizes obtendo a satisfação de todas suas necessidades.
Livros sagrados do islamismo descrevem neste local vales sombreados, jardins exuberantes, fontes perfumadas de cânfora e gengibre, rios de água, leite, mel e vinhos. Também frutas deliciosas de todas estações.
Jannat ul Firdous procura reproduzir o aroma leitoso e picante dos Jardins do Paraíso.
Swiss Arabian, tradicional perfumaria do Golfo Pérsico, associada à Givaudan comercializa
Jannet Firdous talvez a variação mais agreste do concentrado óleo tradicional.
Profundo e denso, sublinhando ervas e especiarias picantes, este
attar intensamente verde é denominada
Jannat Ul Firdus C em algumas perfumarias, destinado ao consumo masculino, enquanto seu predecessor original e predominante floral seria feminino.
Família Olfativa: Oriental floral amadeirado
Designer: Givaudan Roure - Swiss Arabian
Gênero: Unissex
Rastro: Moderado
Fixação:Ótima
Pirâmide olfativa:
- Topo - Aldeídos, manjericão, bergamota, limão - limonemo
- Coração - Cravo, gerânio, jasmim, íris, lírio, patchuli - salicilato de benzilo, linalol, isoeugenol
- Base - Âmbar, almíscar, sândalo, madeiras - coumarin
VÍDEO: Chera Hay Ya Chan khila By Sheikhji Voice