
Pouco se percebe de cítricos, ou notas que conferem frescor, apenas a sensação delicada atenuando o odor íntimo e doce de pele, realçando a suavidade das rosas, flores que para mim se destacam.
Elegante e refinado denuncia seu estilo floral assim que percebe a cútis, em evolução muito atraente.
Apesar da composição moderna provocou uma forte sensação de "deja vu", agradável, como se o corpo houvesse compartilhado esta fragrância em outros tempos.
A percepção ocorre desde o início, aconchegante, pessoal e íntima, naquele aroma confortável que a pele adquire depois de algumas horas mesclado com perfumes florais doces, intensos e femininos.
Instigante na suavidade marca presença, estabelece diferencial, talvez pelo inusitado ambrette nas notas de topo, nota que soma forças com a molécula artificial kephalis, da casa Givaudan, construindo acorde cremoso em nuances de âmbar e almíscar, ditando o suavíssimo tom animalic, numa constante encantadora que persiste por toda evolução.

Madeiras fazem delicado suporte enquanto vetiver mal se pronuncia, pelo menos ao meu olfato.
Diria que a tônica deste perfume é o bouquet com predominância de rosas, envolvido no inquietante almiscar de origem vegetal e também da variante artificial, que gosta de interpretar papéis; e se diverte desempenhando cremoso âmbar, imitando o néctar melíferos das peles jovens de atraentes ninfas, ou pelo menos como deveriam ser, pois são criaturas do universo criativo dos jardins.
Extremamente feminino, marcante e delicado... elegante, assim é Encre Noire Pour Elle !

Família Olfativa: Floral amadeirado almiscarado, setembro 2009
Gênero: Feminino
Perfumista: Christine Nagel
Rastro: Intenso à Moderado
Fixação: Muito Boa
Pirâmide Olfativa:
- Topo - Bergamota, fresia, semente de ambrette
- Coração - Osmanthus , rosa, kephalis (molécula artificial - Givaudan)
- Base - Vetiver, almíscar, cedro da Virgínia

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Arte Irmã: Perfumaria poesia e música
PROCURA DA POESIA - Carlos Drummond de Andrade
...Chega mais perto e contempla as palavras.
Cada uma
tem mil faces secretas sob a face neutra
e te pergunta, sem interesse pela resposta,
pobre ou terrível, que lhe deres:
Trouxeste a chave?
Repara:
Ermas de melodia e conceito
elas se refugiam na noite, as palavras.
Ainda úmidas e impregnadas de sono,
rolam num rio difícil e se transformam em desprezo.
Vídeo: Tizziano Ferro - Imbranato
Imagens: composição de Elisabeth Casagrande com fragmentos de Encre Noire Pour Elle by Lalique/Newsmelth, lecostumeatraverslessceles, bois argent des cherchasns, umbrella des dentelles, gato de Elisabeth Casagrande ; fotos publicitárias de Encre Noir Pour Elle e frasco vintage Lalique.
Olá Betty! Amei esta resenha! Ficou interessante como uma boa história. Lalique é uma paixão pra mim que sou muito ligada aos frasco. Admiro o capricho de suas criações, que mais parecem jóias. Gostei muito de vc ter citado as ninfas, ja que hoje, 15 de agosto é dia de Orah, criaturas do universo criativo das águas doces! Eu e as crianças até fizemos uma festinha! Ai seu tivesse um Encre Noir pra completar...bjus ;D
ResponderExcluirOi Lu. Que lindinho! Eu não sabia. Adoro estas figuras e a cultura que as envolve. Creio que devemos manter este vínculo com o desconhecido, o criativo que oscila entre o concreto visível e o imaginário, pois as vezes a fronteiras mesclam e nós que somos pobres mortais desconhecendo quase tudo do universo, percebemos um pouco da beleza.
ResponderExcluirAfinal..."Existem mais mistérios entre o céu e a terra do que sonha nossa vã filosofia"... um viva às fadas!beijocas.
Encre Noir seria perfeito.