
Um aroma de bad boy...
Surpreende na abertura com acento frutal doce no mix que parece conter frutas ácidas e azedinhas, breve volatização de maçãs verdes, embora se comente que a nota seja melão.
É possível que estejam todas lá. Os óleos cítricos e frutais, as notas aeradas ou aquáticas lembrando gamas de maçãs e melóes.
Doce e azedo.
Talvez a sensação de ambiguidade que teríamos se nos deparássemos com James Sawyer numa floresta tropical.
Encantamento e alarme pelo que se vislumbra no olhar penetrante de brilho malicioso, e nas covinhas definitivamente perigosas do sorriso zombeteiro...
A impressão que segue é de rudeza e força sugerindo a cumplicidade da natureza rústica nos elementos fortes como madeiras e pimentas.
Cedro raspante emana da base sólida, empurrando para cima o ardor do patchuli e o pungente aromático e quase canforado frescor das violetas.
Flores emprestam doçura, envoltas em luxuriante folhagem.
Seria o cheiro ideal para um determinado e controvertido James, combinando perfeitamente com as cenas épicas do personagem, correndo pela mata, suor a escorrer pelo rosto.
Entre folhagens úmidas, notas aquáticas e cítricas, temperadas na madeira e pimenta, o acorde animalic de couro, e sua primitiva sensualidade, é representado pelo cálido acento de cominho.
Este tempero assalta com o impacto de uma briga pela sobrevivência, com a intensidade cínica do conquistador, cuja impetuosidade logo se perde entre as notas florais com breves toques de ládano, circundado pelo afiado patchuli.
Impressões que não perduram até a base, pois ainda no coração da fragrância percebemos a sensibilidade representada por âmbar e almíscar, suavemente colocados sobre as madeiras secas e rascantes.
O bad boy pode ser suave e terno.

Sensação que se prolonga neste fougere aromático, muito próximo dos perfumes da década de 80, cujas composições giravam em torno dos acordes cítricos, folhas, flores frescas e metálicas como das violetas, condimentos apimentados, doses generosas de patchuli e madeiras recobertas de musgo.
Impressivo e másculo, de Narciso Rodriguez Him, o primeiro perfume masculino da grife, teve precursor de estilo no célebre Fougere Royale de Houbigant em 1882.
Outras maisons acompanharam de perto a inovação na perfumaria masculina lançando variações do fougere original, seguindo-se aromas como:
- Jicky by Guerlain, 1889
- Equipage by Hermés,1970
- Ho Hang by Balenciaga,1971
- Paco Rabanne Pour Homme by Paco Rabanne ,1973
- Calvin by Calvin Klein, 1981
- Drakkar Noir by Guy Laroche,1982
- Tuscany per Uomo by Aramis, 1984
- Hugo Boss by Boss, 1986
- Cool Water by Davidoff
- Jazz by YSL,1988
- Tsar by VanCleef Arpels, 1989
- Platinum Egoiste by Chanel
- Polo Sport by Ralph Lauren, 1993
- Kaiak by Natura, 1996
- Fuel For Life Men Cologne by Diesel, 2008
Família Olfativa: Fougere aromático, 2007
Gênero:Masculino
Perfumista: Francis Kurdjian
Rastro: Intenso
Fixação: Muito Boa
Pirâmide Olfativa:
- Topo - Folhas de violeta, notas aromáticas
- Coração -Almíscar branco
- Base -Patchuli, âmbar
Vídeo: Redemption Song - Bob Marley
Imagens: James Sawyer - LOST ( Josh Holloway), Frasco de Narciso Rodriguez Him by Narciso Rodriguez
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